sexta-feira, 11 de setembro de 2015





                       Era uma vez...
                                          o leão e o rato


 
 Um Leão dormia sossegado, quando foi despertado por um Rato, que passou correndo sobre seu rosto.
Com um bote ágil ele o pegou, e estava pronto para matá-lo, ao que o Rato suplicou:
"Ora, veja bem, se o senhor me poupasse, tenho certeza que um dia poderia retribuir sua bondade."
Apesar de rir por achar ridícula tal possibilidade, ainda assim, como não tinha nada a perder, ele resolveu libertá-lo.

Aconteceu que, pouco tempo depois, o Leão caiu numa armadilha colocada por caçadores. Assim, preso ao chão, amarrado por fortes cordas, completamente indefeso e refém do fatídico destino que certamente o aguardava, sequer podia mexer-se.
 
 
 
O Rato, reconhecendo seu rugido, se aproximou e roeu as cordas até deixá-lo livre. Então disse:
"O senhor riu da simples ideia de que eu seria capaz, um dia, de retribuir seu favor. Mas agora sabe, que mesmo um pequeno Rato é capaz de fazer um favor a um poderoso Leão."
 
O leão agradeceu :
-Muito obrigado ratinho. O que seria de mim sem tua ajuda, amiguinho!
E o ratinho humildemente, uniu sua patinha ao da do grande leão.
 -Amigo, não me agradeça, entretanto, aprenda bem, não faça pouco dos fracos, confie neles também. 




Crônica lírica


 
A crônica é lírica quando a saudade, a emoção e a nostalgia aparecem no texto buscando interpretar de forma poética os sentimentos. 
 
 
 
Exemplo
 
Apelo 
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. 
(Dalton Trevisan)

 
Palhaços também choram
Apagaram-se as luzes do picadeiro. O palco que dantes aspirava e inspirava risos de súbito modo jaz ao silêncio da solidão.
 A grande tenda criada para doar alegria, se sente fria ao cair da noite, ao findar de outro dia, quando aplausos, sensações, humor e crianças dormem, quando o artista se vê romper a madruga sozinho, no obscuro.
 O raiar do sol traz apenas outra dor, a de ter que ser o personagem, o mágico, a “felicidade”. A dor de ter que nascer a cada novo espetáculo e de se vê morrer após o fim deste. Após as cortinas encerrarem a alegre e solitária dramaturgia.
E é no exílio… Perdoe-me! Melhor, no camarote, que as manchas surgem, o borrão, a tinta, a máscara, é quando o artista lava o rosto nas próprias lágrimas e o espelho parece ofender, dizer, falar…
 Ofender, dizer, falar. Tudo o que artista deseja é tal liberdade, isso mesmo, ele quer brigar, xingar, gritar, gritar… Ele quer se ver sozinho, mas casado de estar sozinho do mundo, já não mais deseja a solidão, ele quer apenas estar sozinho de si mesmo, liberta-se de seu personagem, desprender-se, esvaziar-se, gritar, gritar…
 Ah! E como deve ser traumático sorrir, quando se precisa chorar, divertir, quando se quer prantear, abraçar, quando não mais se sabe o prazer de amar.
 Ah…
 Mas amanhã as luzes do picadeiro acenderão novamente, todos virão, de todos os quantos, assistirão ao espetáculo do artista. Então, cabe a ele vestir seu terno colorido, sua peruca colorida e pintar o rosto de branco, vermelho, palhaço… Fingir que essa noite foi um surto, um acaso, uma ilusão, e que não sente a dor de ser um personagem, de ter que ao invés de viver a vida, interpretar.
 
 





Texto narrativo
Narrar – É contar uma história, um fato, um acontecimento, quer dizer, fala do que acontece a uma ou várias personagens.
 

1- Estrutura da narrativa: Normalmente um texto narrativo organiza-se em três partes:
  1. Introdução - apresenta a situação inicial, localiza a ação ( onde e quando se passa a história), descreve as personagens – geralmente estas informações são dadas na introdução.
  1. desenvolvimento – conta a ação propriamente dita ( Por exemplo: quando acontece na história um problema que é preciso resolver – tudo o que se passa a seguir é já o desenvolvimento.
  1. Conclusão – apresenta o final da ação ( Por exemplo - quando se encontra a solução para um problema chega ao fim a história – é a conclusão.


A um texto com estas características damos o nome de narrativa fechada.

Quando não conhecemos a conclusão, dizemos que se trata de uma narrativa aberta.


2- Localização da ação:

No espaço – Onde?

No tempo – Quando?

3- Autor:


É a pessoa que imagina a narrativa.
Exemplo: «A rosa vai passando para as minhas mãos as bolas coloridas, longos fios prateados e dourados [...]»:

4- Narrador:
É um ser imaginário, criado pelo autor a quem cabe contar a história. O narrador pode ser:

  • Participante ou presente (se participa na história como personagem)
  • Não participante ou ausente ( se se limita a contar a história, sem participar nela).
5- Personagens:

Pessoas que vivem os acontecimentos que são contados no texto.
Atenção! Por vezes as personagens podem ser animais ou coisas.

As personagens podem ser:
  • Principais - (herói ou heroína da ação)
  • Secundárias - (têm um papel menor na história).


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TEXTOS NARRATIVOS A PARTIR DE NOTÍCIAS
 
 
Os textos abaixo foram algumas notícias de jornal que circularam no ano de 2006, escolha uma delas e invente uma história baseada nos fatos apresentados.

PRODUÇÃO TEXTUAL

1. Gato de sorte, azar dos vizinhos...

Um gato britânico, batizado Tinker (cigano), herdou uma casa valorizada em 497.000 euros nos arredores de Londres, revelou The Times em maio. Sua proprietária, que morreu sozinha, decidiu legar-lhe a casa, encarregou os vizinhos de se ocuparem do animal e pôs à sua disposição um fundo de 142.000 euros. Ao cabo de 21 anos, uma vez morto o felino, a casa passará aos vizinhos.
 

2. Homem mais alto do mundo procura namorada
 
Bao Xishun, o homem mais alto do mundo, com 2,36 m, procura uma companheira para compartilhar sua vida, informa hoje o jornal China Daily. Bao, que nunca se casou nem teve namorada devido aos problemas causados por sua estatura, publicou um anúncio em um jornal local dizendo que está carente e que gostaria de encontrar uma mulher que cuidasse dele.
A estatura de Bao foi certificada pelo Livro dos Recordes, o Guinness Book, como a maior do mundo em um homem vivo, embora os médicos ainda não tenham conseguido explicar a causa deste crescimento exagerado.
Bao pesa 165 kg, suas pernas medem 1,5 m e seus pés têm 38 cm. Sua altura foi normal até os 15 anos, quando disparou até 1,98 m.

3) Jovem reaparece após 10 anos confinada em casa de estranho

Uma mulher que desapareceu na adolescência, há dez anos, viveu esse tempo todo com um segurança de escola primária que não a deixava sair de casa, afirmou a polícia.
Nicole Kach, agora com 24 anos, encontrou sua família nesta semana. Ela vivia na casa do homem, que a ameaçava caso fugisse e a trancava no quarto quando recebia visitas.

4) Jacaré bate na porta, mulher atende e se apavora
Uma dona de casa americana ouviu batidas na porta e pensou tratar-se de algum visitante. Ao atender, no entanto, deparou-se com um enorme jacaré.
O jacaré, que havia saído de um lago próximo e estava com um lado da boca sangrando, pois havia batido contra a porta algumas vezes.
Lori mora na Flórida, nos EUA, e impressionou-se com o animal de 2,5 metros de comprimento.
Mike, marido de Lori, diz que correu para casa quando a mulher telefonou e pediu ajuda histericamente. Enquanto isso o animal permaneceu na porta por quase uma hora até ser finalmente capturado.




 FÁBULAS

Fábula é uma narrativa figurada, na qual muitas vezes são animais que ganham características humanas. Sempre contém um moral por sustentação, constatada no final da história. É um gênero muito versátil, pois permite diversas maneiras de se abordar determinado assunto. É muito interessante para crianças e para os adultos, pois contém  preceitos morais de uma forma leve e lúdica.
 
 

A velha contrabandista

Stanislaw Ponte Preta

 Diz que era uma velha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.

Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega a mandou parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim para ela:

- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?

A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no dentista, e respondeu:

- É areia!

Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou que a velhinha fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora com o saco de areia atrás.

Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.

Diz que foi aí que o fiscal se chateou:

- Olha vovozinha, eu sou fiscal da Alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.

- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:

- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não vou dar parte, não apreendo não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?

- O senhor promete que não “espaia”? – quis saber a velhinha.

- Juro – respondeu o fiscal.

- É lambreta.

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Sites onde você pode ver algumas fábulas

- http://www.contandohistoria.com/fabulas.htm
 - http://sitededicas.uol.com.br/cfab.htm

 - http://www.metaforas.com.br/infantis/default.asp

 - http://www.fabulasecontos.com.br/?pg=conteudo-menus&tipo=1

 - http://criancas.uol.com.br/historias/fabulas/

- http://www.qdivertido.com.br/contos.php

- http://asfabulasdeesopo.blogspot.com.br/




Crônica
 
 
A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano. Por este motivo, é uma leitura agradável, pois o leitor interage com os acontecimentos e por muitas vezes se identifica com as ações tomadas pelas personagens.
 
 
 
  

Tipos de crônicas
A crônica pode ser um artigo de jornal, registrar os fatos,  novidades ou até seus comentários, tratam de assuntos psicológicos presentes na vida cotidiana. São histórias que podem ter acontecido com você, com algum colega ou até alguém da sua família. Na leitura de algumas crônicas, você pode notar como esse tipo de narração ganha um interesse especial.
 
 
1- Crônica narrativa
Crônica Narrativa é um redação curta e condensada que capta um flagrante da vida, pitoresco e atual, real ou imaginário, com uma ampla variedade temática.
É quando uma crônica explora a caracterização de seres, descrevendo-os. E, ao mesmo tempo mostra fatos cotidianos ("banais", comuns) no qual pode ser narrado em 1ª ou na 3ª pessoa do singular.
 
2- Crônica lírica ou poética
Apresenta uma linguagem poética e metafórica. Nela predominam emoções, os sentimentos (paixão, nostalgia, saudades), traduzidos numa atitude poética.
 
3-Crônica reflexiva
O autor tece reflexões filosóficas, isto é, analisa os mais variados assuntos do cotidiano através de impressões e inferências.
4- Crônica metalinguística
É a crônica que fala do próprio ato de escrever, o fazer literário, o ato da criação.
5-Crônica humorística
São sátiras da vida em sociedade, ampliando seus problemas de forma caricatural
para reduzi-los ao humor.
6- Crônica Dissertativa
Opinião explícita, com argumentos mais "sentimentalistas" do que "racionais" (em vez de "segundo o IBGE a mortalidade infantil aumenta no Brasil", seria "vejo mais uma vez esses pequenos seres não alimentarem sequer o corpo"). Exposto tanto na 1ª pessoa do singular quanto na do plural
7- Crônica Descritiva
É o tipo de crônica que explora a caracterização de seres animados e inanimados num espaço. Preciso como uma fotografia ou dinâmico como um filme.
8- Crônica Jornalística
É a crônica que apresenta aspectos particulares de notícias ou fatos. Pode ser policial, esportiva ou política.
9- Crônica Histórica
É a crônica baseada em fatos reais ou fatos históricos.
 
10- Crônica narrativo-descritiva
Quando um texto alterna momentos narrativos com flagrantes descritivos, temos uma abordagem narrativo- descritiva. Dessa forma, as ações detêm-se para que o leitor visualize, mentalmente, as imagens que a sensibilidade do autor registra com palavras. O que se observa no texto assim qualificado é a predominância da sucessão de ações sobre as inserções descritivas.
 
11- Crônica-comentário
Cercando-se de impressões críticas, com ironia, sarcasmo ou humor, a crônica-comentário resulta num texto cujo ponto forte são as interpretações do autor sobre um determinado assunto, numa visão quase jornalística.
 
12- Crônica-ensaio
Apesar de ser escrita em linguagem literária, ter uma veia humorística e valer-se inclusive da ficção, este tipo de crônica apresenta uma visão abertamente crítica da realidade cultural e ideológica de sua época, servindo para mostrar o que autor quer ou não quer de seu país. Aproxima-se do ensaio, do qual guarda o aspecto argumentativo.