sábado, 28 de maio de 2016


O texto narrativo



Há dois tipos principais de narradores: um cria a história conforme a escreve; o outro pensa tudo antes de contá-la

   Braulio Tavares


É um texto em que um narrador relata uma sequência de acontecimentos vividos pelas personagens, num determinado tempo e num determinado lugar. 

Para que este  relato  seja dotado de sentido, o texto narrativo  dispõe de alguns elementos principais:

Conta um fato fictício ou não 
O texto para ser narrativo não precisa ser um texto verdadeiro - pode ser uma piada, pode ser um conto, pode ser um fato histórico.

O tempo verbal predominantemente é o passado ( verbos: era, estava, passou). Então o verbo tem característica  de passado poder ser pretérito perfeito, pretérito imperfeito e pretérito mais que perfeito. Isso não quer dizer que não haja verbo no presente. Mais a característica predominante são verbos no passado.Se eu conto um fato, eu conto um fato só poço contar um fato, em tese que já aconteceu. Estou narrando  um acontecimento se eu narro um acontecimento, a lógica que ele já ocorreu.

Há lugar, tempo, personagens 

Lugar-  onde se passa a trama.
Algumas vezes é apenas sugerido; outras localizar os personagens em espaço definido.
Tempo-  em que momento? quando ocorreu? 
Relata o momento em que os fatos ocorrem(manhã, tarde noite, na primavera, em dia chuvoso). Poder ser  cronológico, ou  seja, determinando datas e horas. Relado por acontecimentos dispostos numa ordem sequencial e linear (início, meio e fim); psicológico-aquele ligado às emoções e sentimentos, caracterizando pelas lembranças dos personagens, em que o presente , passado e futuro se fundem.

Personagens-  quem participou?  quais são as pessoas?
Constituem os seres ou pessoas que participam da narrativa, interagindo como o leitor de acordo com o leitor que que ser tem em mente. Alguns ocupam lugar de destaque (protagonistas) e outros se opondo a elas (antagonistas). Os demais caracterizam-se como secundárias.

Narrador 
Existem três tipos de narrador:
narrador- personagem
Narrada na 1ª pessoa a história da qual participa também como personagem, relatando os fatos a partir de sua ótica, predominando as impressões pessoais e sua visão parcial dos fatos se deve ao fato que sua narrativa seja impregnada pelo ponto de vista do autor.
narrador- observador 
Narra a história do lado de fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações. Conhece todos os fatos e, por não participar deles, mantém certa neutralidade, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. Não tem conhecimento íntimo dos personagens nem das ações vivenciadas.
narrador-onisciente
Narra  a história em 3ª pessoa e as vezes, permite certas intervenções em 1ª pessoa. Ele conhece todas as características e sentimentos dos personagens. Relata fatos, mas não emite sua opinião sobre eles. O narrador onisciente seletivo influencia o leitor quando exprime  sua opinião sobre os personagens da historia, ele faz uma reflexão e coloca as impressões de forma imparcial para propor este execício "manipulador" sobre os leitores


ESTRUTURA DO TEXTO NARRATIVO

O ENREDO - É o conjunto de fatos ligados entre si que fundamentam a ação de um texto narrativo. O enredo pode ser organizado de diversas formas. Observe a seguir, a organização mais comum:

situação inicial – personagens e espaço são apresentados.

estabelecimento de um conflito – surge uma situação a ser resolvida, que quebra a estabilidade de personagens e acontecimentos.

desenvolvimento – busca de solução do conflito.

clímax – ponto de maior tensão na narrativa.


desfecho – solução do conflito. O ponto culminante de toda a trama, revelado pelo momento de maior tensão. É parte  em que um conflito atinge seu ápice.




Estilos de narradores:


Planejadores -Pensam a história inteira, saber como começa e termina,para assim começar a contá-la. Precisam ter uma visão geral  da história.Muitas vezes, eles passam mais tempo planejando do que  escrevendo.Exploram as diversas possibilidades do discurso narrativo. Costumam ser ater a detalhes: fazem sinopses detalhadas, rascunham dezenas de páginas com informações sobre ambientes e personagens, o número de capítulos, saber qual capítulo  vai acontecer este ou aquele  acontecimento.

Intuitivos - Começam a pensar uma história guiados por momentos de inspiração. As pessoas intuitivas ouvem, em vez de ignorar, a orientação de suas intuições internas. Os escritores intuitivos  se concentram basicamente na visualização do que está acontecendo na história, para que possa descobrir um ângulo interessante para mostrar isso, e assim as palavras virão como consequência.

Arquitetos -  Planejam, esquematizam tudo antes da execução, como um arquiteto que constrói uma casa. Eles tem  construção toda projetada e desenhada antes mesmo de levantar o primeiro tijolo. Ele tem um plano,uma maquete da casa antes de construí-la. Assim,  esta forma de narrativa, concebe uma forma geral para toda obra e depois  vão sendo resolvidos os problemas localizados, de acordo com a ideia geral que foi decidida.Os arquitetos desenvolvem suas ideia de historia antes de começar a escrever.

Jardineiro de ideias -  Esses escritores "cavam um buraco, jogam uma semente e regam. Eles meio que sabem que tipo de semente é; eles sabem se plantaram uma semente de fantasia ou uma semente de mistério ou o que quer que seja. Mas conforme eles regam e a planta cresce, eles não sabem quantos ramos ela terá, eles descobrem isso conforme ela cresce" George R. R. Martin

Descubra o escritor que está em você

 1) Descubra  a sua fonte de inspiração- Podem ser filmes, novelas , pessoas do seu cotidiano ou as que só conhece  de vista. Crie um arquivo de experiências. Para entrar no mundo dos personagens mergulhe nos sentimos, atitudes, defeitos, qualidades e dons especiais  seus e das pessoas não só do seu cotidiano, mas as que pessoas que encontra , pessoas que só conhece pelos meios de comunicação;características e fatos que lhe chame atenção... Busque dentro de você o poder que  tem uma grande ficção real.
2) Quando tiver uma ideia, anote tudo: quem são os personagens, como  a história começa e como pode terminar
3) Leia muito! Não apenas a história que você está tentando escrever. Precisa ler de tudo. Leia os clássicos da literatura, ficção, revistas, jornais, história, biografias, romances, contos,  aventura, mitologia. Cada escritor tem algo a ensinar. Assim, pode  descobrir seu próprio estilo e gosto literário
4) Não tenha medo  apagar as histórias que não estão dando certo. Você vai errar muito até  acertar. Afinal de contas, é praticando que se apende. Peça a opinião de outra pessoa sobre a sua história.
5) Trabalhe as emoções- trabalhe e repercussão emocional  do personagem na história    (medo, raiva, frustração, medo, saudade, alegria, prazer, vergonha, nojo, surpresa, amor, arrogância, amizade...)
6)  Conheça o gênero do texto -É essencial saber distinguir por exemplo, o que é gênero textual  e gênero literário. Conheça suas características.

7) A literatura como vivência dos sonhos…Todas as pessoas almejam algo sonham com alguma coisa. O mundo dos sonhos podem ser desejos escondidos no inconsciente, na fantasia de cada um. A literatura pode realizar na ficção, uma história  de encanto, prazer e realização.

8) Estabeleça um roteiro-Um roteiro sempre ajudará na hora de escrever uma história.Um roteiro é a estrutura ou sequência de eventos que movem uma história do começo ao fim. Toda história tem um roteiro e seu roteiro é trabalhado dentro da história. O que faz um roteiro funcionar é como ele interage com o resto da história.

 9) Passado; presente e futuro - Uma narrativa  pode começar no presente com memórias passadas; pode  do futuro retornar  ao tempo passado. 
 Por exemplo, "As Crônicas de Nárnia", os acontecimentos ocorrem e fissuras temporais distintas. As histórias dos protagonistas ocorrem em paralelo e simultaneamente, no nosso mundo e mundo das terras encantadasDentro da trilogia, os três irmãos entram em um  guarda-roupa  e são transportados para terra de Nárnia. Eles crescem e  vivem como adultos  em  e depois são transportados novamente para o nosso mundo como crianças. Alguns anos depois, voltam a Nárnia e descobrem que  o tempo no nosso mundo não é o mesmo tempo do outro  mundo ali se passaram dezenas de anos desde que  quando partiram.
10) Todo escritor precisa aprender a criar seus próprios personagens, mundos e configurações. 
11) Tente responder as perguntas:
Está  montando uma história agradável?
Tem algum conflito ou algum problema principal que seus personagens precisam resolver? Você sabe qual o clímax da história?
Conseguiu escrever um final? Gostou do seu texto?



Espero ter ajudado, boa inspiração!

O conto





Caracteriza-se por uma narrativa curta, onde o enredo gira em torno de apenas um conflito que se resolve em um intervalo curto de tempo.
❖ É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente escrito prosa, que conta situações rotineiras
❖ Gira em torno de um só conflito, com poucos personagens.
❖Inicialmente, fazia parte da literatura oral.
❖ No conto, geralmente, o narrador é observador, ou seja, está observando  as ações com algumas exceções.
❖   Tem característica polifônica (presença de mais de uma voz dentro do texto.
❖ Descrição de acontecimentos; relato de coisas verdadeiras e ainda de narrativa.
❖ O em sua essência o conto tem o caráter ético.
❖ Um contista seria um pescador de momentos singulares, cheios de significação.





Como escrever um conto
Observe o mundo à sua volta. Anote tudo que vier à cabeça.  Leita os clássicos

Planejamento- por ser uma história curta, há acontecimentos breves com poucos personagens sem grandes complicações de enredo. Um conto normalmente tem sete cenas (núcleos de ação); há apenas um clímax, no qual a tensão da história atinge o auge.

No conto,  tempo espaço são elementos secundários, podendo não existir. Além disso os próprios  acontecimentos são podem ser dispensáveis. Há contos como os  de  Machado de Assis nos quais,simplesmente, não tem nada que acontece. O essencial está no ar , na atmosfera, na forma de narrar, no estilo.

O enredo do conto deve apresentar em linhas gerais, as seguintes fases:
1.Apresentação
2.Complicação ou evolução
3. Clímax
4.Solução ou desfecho

Evite o uso de repetições fazendo uso de sinônimos. Nunca dizer óbvio.

O título não pode sugerir o conteúdo do conto. Os títulos curtos são sempre mais instigantes.

 Elimine explicações e descrições que não tenham  importância para história, cortar parágrafos é dar movimento  mais dinâmico ao  conto.

Lance mão da descrição quando houver necessidade de retratar o ambiente, as características das personagens, etc. Esse recurso poderá enriquecer o seu texto.

 Crie diálogos entre os personagens. Seu conto pode apresentar uma cena em que as personagens dialogam sobre assuntos da atualidade / propor encontro  entre personagens de contos diferentes/ o encontro  pode ser entre dois vilões, dois protagonistas.

10º  Mudar  o ponto de vista na narrativa também  é uma ideia  bastante interessante. Por exemplo: contar a história de Branca de Neve do ponto de vista de um dos sete anões, do lobo ou do caçador.

11º Você pode  introduzir  no conto um elemento novo, que tenha alguma relação com a história original. Por exemplo: Branca de Neve encontra a casa dos sete anões, que é toda informatizada, mas ela não sabe lidar com aquele "mundo de botões".



Exemplos de conto:

1)
..De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se,
Apanhá-la e  guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu,
Salvo um homem que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer,
Lhe disse rindo:
- Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.
É verdade, concordou Honório envergonhado.
                        A Carteira – Machado de Assis
Esse primeiro texto o personagem é o observador.

2)
Acordei pela madrugada. A princípio com tranquilidade, e logo com obstinação, quis novamente dormir. Inútil, o sono esgotara-se. Com preocupação, acendi um fósforo: passava das três. Restava- me, portanto, menos de duas horas, pois o trem chegaria ás cinco. Veio-me então o desejo de não passar mais nem uma hora naquela casa. Partir, sem dizer nada, deixar quanto antes minhas cadeia de disciplina e de amor.
Com receio de fazer barulho, dirigi-me à cozinha, lavei o rosto, os dentes, penteei-me  e, voltando ao meu quarto, vesti-me. Calcei os sapatos, sentei-me um instante `a beira da cama.

Minha avó continuava dormindo. Deveria fugir ou falar com ela? Ora algumas palavras... Que me custava acordá-la? Dizer-lhe adeus?
  
                                                 A partida. Melhores contos. Seleção e prefácio de Sandra Nitrini. São Paulo: Global, 2003

Esse segundo texto o personagem é o narrador.


Escreva o conto
Temos aqui apenas um ponto de partida.  Use a imaginação  para compor a sua obra. 

Sugestão de vídeo:


REDAÇÃO | AULA 09 | Narrativa - Conto



quinta-feira, 26 de maio de 2016


Caminhos para a formação de leitores



Treze milhões de brasileiros não sabem ler e escrever. O número representa 8,7% da população acima de 15 anos. Pessoas que conhecem letras e números, mas não conseguem ler ou fazer contas são chamadas de analfabetas funcionais. Uma pesquisa mostra que esta é a condição de 27% dos adultos brasileiros.


 A UNESCO completa o conceito da analfabetismo da seguinte forma:
 "Uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que não pode participar de todas as atividades nas quais a alfabetização é requerida para uma atuação eficaz em seu grupo e comunidade, e lhe permitem, também, continuar usando a leitura, a escrita e o cálculo a serviço do seu próprio desenvolvimento e do desenvolvimento de sua comunidade".

Ninguém nasce leitor, assim como aprendemos a falar,caminhar,escrever, ler, também nos tornamos leitores. Os pais teoricamente seriam facilitadores no processo formativo do leitor, porém se ainda não são leitores nem tudo está perdido. O sujeito leitor precisa ser acordado através do encanto e do prazer que leitura proporciona. Como fazer isso?  Como formar leitores de fato?
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O texto "O desafio de se formar leitores" de Andréa Andrade Siqueira de Resende, traz pontos essenciais  no que diz respeito a  formação de leitores:

O ato de ler
Ler é uma atividade complexa, pessoal,subjetiva, que não pode ser estudada apenas com a observação, porque depende de um conjunto  de atitudes internas, cognitivas e mentais, que não se mostram aos nossos olhos.
O sujeito que lê se apoia em dois tipos de informações:
1)o registro gráfico no papel,com as informações que autor lhe oferece;
2)as informações que ele tem disponíveis  em sua mente, em sua estrutura cognitiva, decorrentes do seu conhecimento de mundo.

A esse segundo tipo de informação dá-se o nome de "conhecimentos prévios" . Podemos concluir, portanto, que "ler" é uma construção ativa,em que o leitor aciona as informações não visuais que possui em sua estrutura cognitiva ao entrar em contato com o texto no qual produzirá sentido. A interlocução linguística mediada pela linguagem escrita requer, sem dúvida, a participação ativa do leitor.
 
O processo de produção de sentido em um texto
 Considerações importantes:

  1.  O significado de uma parte do texto não é autônomo, mas depende das outras  com que se relaciona.
  2. O significado global do texto não é o resultado da mera soma de suas partes, mas de uma certa combinação geradora de sentido, de múltiplas relações que se estabelecem entre as partes.
  3. "Contexto" é a unidade maior em que uma menor está inserida. Uma frase pode ter sentidos diversos dependendo do contexto em que está inserida. O contexto pode ser explícito, quando é expresso por palavras, ou implícito, quando está embutido na situação em que o texto é produzido.
  4. Todo texto é produzido  por um sujeito, num determinado tempo e num determinado espaço. Esse sujeito, por pertencer a  um grupo social num tempo e num espaço, expõe em seus textos as suas ideias, anseios, temores, as expectativas de seu tempo e de seu grupo  social.(...). Cada período histórico apresenta para as  pessoas certos problemas, e os textos  pronunciam-se sobre  eles. É o fato de vivermos em um mesmo contexto histórico que permite compartilhar-mos os conhecimentos, valores e crenças necessários à compreensão dos textos contemporâneos que lemos.
  5. As circunstâncias  em que acontece o uso da língua, ou seja, a situação de comunicação, é que permitem aos interlocutores (autor/leitor; falante/ouvinte)  compartilharem as informações e conhecimento necessários à atribuição de sentido do texto.  Quando se trata  de um texto escrito, o suporte do texto - revista, jornal, livro - desempenha a função de "partilha" de informações". No caso  de comunicação oral, esse papel fica por conta dos elementos do ambiente em que a situação de comunicação acontece.
  6. Os interlocutores (falante/ouvinte; autor/leitor), ou seja, os participantes de uma interação verbal, ao entrarem no processo interlocutivo, utilizam  os conhecimentos prévios de  dispõe, não apenas sobre a língua mas também sobre o mundo. (...). Dessa forma, produzem textos diferentes de acordo com a intenção que possuem numa dada situação. (...). Os textos produzidos são diferentes, por exemplo, quando damos uma ordem ou vamos pedir algo; quando nos dirigimos  a um superior ou a uma subalterno; quando queremos ofender ou conquistar alguém.
  7. O sentido de um texto depende  de outros fatores, além das palavras e da organização da língua.
  8. Quando estruturamos gramaticalmente as frases da nossa língua, não conseguimos garantir uma unicidade de sentido. Há múltiplas possibilidades de interpretação.



 Mas, afinal... o que é ser um bom leitor?

(...) A escrita presente no cotidiano das pessoas, em extratos bancários, contas, folhetos, anúncios de TV etc, é chamada "escrita social".Essa escrita, com seus caracteres e funções diferentes, propicia leituras diversificadas.
Um bom leitor é aquele que desenvolve diferentes processos e estratégias, de acordo com a situação e objetivo da leitura. O interesse nas informações e o objetivo pretendido vão determinar o tipo de leitura que se faz(...)
 (...) Essa flexibilidade no ato de ler  se refere à possibilidade de utilização  de mais de uma estratégia de leitura, visando atender melhor os objetivos de leitura  diante de diferentes gêneros de textos.
Uma condição  fundamental de leitura é o conhecimento prévio. A relação entre o que o leitor já sabe, já possui em sua estrutura cognitiva, e o "novo" é determinada o processo que ele vai usar.
 
Existem basicamente dois processos de leitura:
o ascendente( ou composicional);
o descendente.

 o processo ascendente - o leitor lê não só o geral ou amplo, mas vai "compondo" o sentido lentamente, no nível dos sintagmas e, finalmente, faz síntese, uma junção. Nesse processo, o leitor se apoia basicamente na informação visual;a direção que segue é da forma para o significado, da parte para o todo.

o processo descendente - o leitor já possui um conhecimento prévio acerca do que vai ler. Com esse processo, trabalha-se mais no nível do texto e não do sintagma.
O  leitor faz associações, analogias, levanta , nega ou confirma hipóteses. Usa-se pouco a forma (informação visual) e mais o conhecimento prévio. Aprende-se o sentido global antes das partes.

Estratégias de leitura

Estratégias são decisões tomadas de acordo  com o objetivo da leitura:

buscar informação-  informar-se sobre o assunto  a ser tratado em seu diferentes aspectos.
consultar - estabelecer uma estratégia de seleção da fonte, anotação, consulta ao dicionário, internet...
agir- ler uma receita de bolo para executá-la;  escrever uma carta o bilhete como um elo comunicação com entre o comunicador e o receptor.
ler- conhecer diferentes tipos gêneros textuais: narração,descrição, dissertação, injunção... / quanto ao suporte: textos de jornais, revistas, livros didáticos, literários, manuais de instrução,bulas de remédio etc./quanto a função: textos com a função de informar, de orientar(como os manuais de instrução)/quanto ao público leitor: faixas etárias,diferentes camadas sociais.

Referência: revista Presença Pedagógica.



quarta-feira, 25 de maio de 2016



A anatomia de um leitor


 A anatomia de um leitor  mostra para nós algumas características básicas e indispensáveis a um bom leitor.

Os olhos precisam ser  exercitados para não só ver mais reconhecer e interpretar imagens.

A boca de um leitor serve para compartilhar histórias escritas e contadas. O grande leitor mantém o conhecimento para si, acaba partilhando uma ou outra história que reserva em seu arquivo pessoal. Torna-se então um contador de histórias. Ela é  cheia de expressividade, paixão, sentimentos  que fala no mais profundo da alma.

As mãos do leitor tem enorme afinidade com o livro sente pelo tato um contato íntimo e descobre que não se trata de um simples objeto. Ele é o seu melhor companheiro, e por isso o trata com todo o carinho que merece.

O espírito criativo ou mente curiosa leva o leitor a uma busca insaciável. Uma leitura leva a outra que leva outra e nunca para. Ele sabe que nos livros pode encontrar respostas para suas inúmeras questões, pode também aprender novos caminhos, novos jeito de ser e de viver melhor.
    
As orelhas ou ouvidos  de um leitor- Na formação de um leitor desce cedo, ouvir histórias é o inicio da aprendizagem para ser uma leitor.  À medida que ele pratica isto ele vai crescendo e desenvolvendo cada dia mais seu espírito crítico, capaz de discernir as boas idéias e bons pensamentos das más idéias e maus pensamentos.

O coração - o leitor não consegue ler sem se envolver, muitas vezes se envolve com os personagens, passando a sentir o que eles sentem e a viver o que eles vivem, sofrer os que eles sofrem. O coração já não é mais dele mais se torna vivo na história.

Os livros- Se reconhece um bom leitor aquele que ama bibliotecas vive em meio aos livros sempre tem uma estante com muitos livros. Está sempre comprando livros que chame sua atenção. Ama livrarias, ama livros e busca mante-se em estreito contato com eles.


Amigo, que se tornar um grande leitor? É só ficar atento as essas características e passar a cultivá-las  em sua vida.
       
                                                                  




Decálogo do leitor
Por Alberto Mussa




I. Nunca leia por hábito. Leia por vício. A leitura amplia a compreensão do mundo, aprimora a capacidade e expressão, diminui a ansiedade. Mas é essencialmente lúdica, como devem ser as coisas que nos dão prazer.

II. Comece a ler desde cedo. E comece pelos clássicos.

III. Nunca leia sem dicionário . Se estiver fora de casa, anote as palavras que você não conhece, para consultar depois. Elas nunca são escritas por acaso.

IV. Perca menos tempo diante do computador, da televisão e estabeleça metas. Se puder ler um livro por mês, 16 anos aos 75 anos, você terá lido 720 livros.

V. Faça do livro um objeto íntimo. Escreva nele; assinale as passagens emocionantes. O livro é o mais interativo dos objetos. Você pode pode avançar e recuar, folheando, ele vai com você a todos os lugares.

VI. Leia sempre literatura brasileira: ela está entre as grandes.

VIII. Das letras europeias  e da América do  Norte vem  a maioria dos grandes mestres. A literatura hispano- americana é indispensável. Busque também o diferente: há grandezas literárias na África e na Ásia. Volte à Idade Média, ao mundo árabe, aos clássicos gregos e latinos. Chegue finalmente, às mitologias dos povos ágrafa. mergulhe na poesia selvagem. São eles que estão na origem de tudo; é por causa deles que estamos aqui.

IX. Não tenha pena de abandonar pelo meio os livros desinteressantes.

X.Forme seu próprio cânone. Se não gostar de um clássico, não se sinta menos inteligente . E faça o seu próprio decálogo: neste momento, você será um leitor


*Escritor carioca. Seu texto original foi adaptado pela revista "NÓS DA ESCOLA".